Sangrar com dignidade deveria ser a condição mínima de higiene para todas as mulheres, mas a realidade é outra. Item básico da higiene feminina, os absorventes íntimos não são acessíveis a todas as mulheres no Brasil. Segundo a Organização Mundial da saúde (ONU ) 12% da população feminina mundial, especialmente a população de rua e presidiárias, vivem esse drama mensal.

A dificuldade para frequentar lugares públicos onde possam fazer higiene íntima acaba elevando o índice de infecção genital. A cada ciclo uma brasileira gasta em média R$ 7 reais com absorventes considerando o uso de 3 ao dia ao longo de 5 dias. Segundo a Associação Comercial, as pessoas nem acreditam que para uma parte das mulheres esse item é artigo de luxo!
No Brasil faltam dados sobre a precariedade menstrual. A empresa Sempre Livre fez uma Pesquisa online, com 9.062 mulheres, na faixa de 12 a 25 anos e pasme que 22 a 26% dessas mulheres dizem não ter acesso a produtos confiáveis relacionados à menstruação porque não têm dinheiro ou porque não são vendidos perto de suas casas.
Pensando nisso, a dupla Carolina Chiarello e Talita Soares em 2018 decidiram criar o projeto Tô de Chico (instagram.com/eutodechico), organização não governamental (ONG) e desde então recebem doações de absorventes, calcinhas e as distribuem para mulheres em situação de rua no Rio de Janeiro e Niterói. No Piauí e Maranhão uma ONG Britânica além de oferecer absorventes treina mulheres para falar nas comunidades locais e escolas sobre o tema higiene e saúde sexual. O desafio começa começa desde a falta de água limpa e banheiros adequados à falta de dinheiro para comprar absorventes, o que contribui para que muitas garotas se afastem de suas atividades cotidianas durante o período menstrual.
Outras alternativas sustentáveis e mais econômicas envolvem o coletor menstrual, calcinhas absorventes e os “paninhos” que eram usados pelas nossas avós mas ainda são realidade em muitos locais.
Realidades como essas, em pleno século 21, nos faz refletir de como somos privilegiadas na escolha de menstruar com dignidade.
fonte:revista Marie Claire Brasil – janeiro de 2020
QUER SABER MAIS? Clique aqui e leia outros artigos em nosso blog.